eu vi uma amazona,
que tinha uma voz massa.
falava, em alto som,
sutilezas de bom tom.
não era a garota de ipanema
e eu nem sou o tom jobim,
mesmo assim, escutei.
ela cantando pra mim.
e ela cantava palavras
sujas, cruas e nuas:
"nu antes! senão,
meu bem, sem nuances..."
então... “entonces”
canta gostosinho assim, pra mim
vou fazer de você uma pedra
pra assar a minha bisteca!
eu vi uma outra amazona,
que nem tinha um “vozeirão” assim,
um tanto quanto desafinadinha
mas como mulher, um tanto quanto gostosinha
ela se defendia pela esquerda
pulava e se agitava... que danada!
mas eu sabia que era na mão direita
que ela se orgulhava de segurar a espada!
habilidosa com as armas
se mostrava uma guerreira
segurou na minha espada
e eu arrumei uma gagueira
é... ai... hum... hum... ai...
de-de-devagar é bo-bom.. vai...
vo go... go... go cair no chão
desculpa to tara... tara..., foi “mals”, voou na sua cara?
eu vi uma terceira amazona
que, quando cantava, eu me derretia.
enquanto seu carvão assava
eu, suado, me entretia
com a bisteca já assada,
de espada já na mão,
arrumei outra gagueirada,
soprando seu coxão.
só que pr’esse churrasco,
o espeto tem que ser santo:
firme, em riste, nunca triste,
porque ela sabe rodar pra todo canto...
ela é tanta carne, que me esqueci da cantoria...
passei mal já nas “coxa”, imagina nas “maminha”!
ela se lambuza? é “chã de dentro”.
ela bate as asinhas? é “chã de fora”.
de churrasco e de guerreira
tive indigestão,
agora vou de fruta
vou comer a “melão”.
ponha dois nessa bandeja
porque tudo vale, quando azul é o céu
e reparta comigo a “melancia”
pra eu saborear a “tangerina”.
deixa eu provar a sua polpa
pra fazer uma salada,
eu te dou minha cenoura
e você dá uma “ralada”.
qual é, gata... abaixa aqui!
eu quero descascar, todo o teu “abacaxi”!
mas, por favor, faça o que eu pedi
raspa todo, deixa liso seu “kiwi”!
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