você nunca deixa o sol brilhar,
é melhor você tirar de mim.
e toda vez que seu sol brilha,
de joelhos é meu fim.
deixe a luz acesa, chore amanhã e aparecerei.
você nunca concordará numa aventura amorosa
sua mãe nunca acreditará que você foi pra cama
com um monstro
deixe a luz acesa, chore amanhã e, talvez, aparecerei.
o doce, o raio, o grito
você, o brinquedo, eu
sei que nunca concordará
sei que ela não acreditará
deixe a luz acesa, chore amanhã e deixe seu sol brilhar.
motim das entrelinhas
junho 28, 2008
ferroada
junho 18, 2008
amor ex machina
morda-me
arranca-me este pedaço
pois dele não faço uso
desatarracha-me o parafuso
remova-me a placa de aço
corroa-me
meu coração é de metal
inoxidável
junho 13, 2008
a cobra negra
faz tempo que eu não pego no meu violão
eu queria ter filhos...
mas ela disse que isso era pra outra hora
numa manhã de outono
eu senti uma mudança nela
ela disse que tinha que visitar um amigo
uns parentes
não quis que eu fosse
então fiquei.
dizem por aí que as mulheres tem um viço
ela não o tinha mais.
ela tirou, cortou fora
se livrou.
e as vozes na minha mente,
sempre que penso que foram,
voltam uivando.
me chama quando estou sozinho,
me chama na multidão,
me chama quando estou perdido,
me chama na perdição.
eu a chamo de cobra negra.
a cobra negra é má
a cobra negra é tudo que me assombra
acordei esta manhã
a cobra negra tornou-se a minha sombra
junho 10, 2008
cegueira
me abraça,
ou não é válido?
me ver pálido,
na desgraça?
eu estou no fundo do poço,
perdendo o gosto,
o controle, o amor próprio,
vivendo um solilóquio,
onde eu nem sei mais quem sou,
como faço, pra onde vou.
será que é legal,
me dar um abraço?
será que é mal,
eu ser um palhaço?
fico aqui, esperando que um cego
me ensine a enxergar
e aí, a verdade eu entrego
me liberte pra,
novamente,
eu amar